terça-feira, 15 de junho de 2010

Club des Sommeliers Pinotage 2009

Esta é uma postagem especial que faço para a CBE principalmente por ocorrer no dia da estreia do Brasil na copa. Conforme a sugestão do confrade Cristiano Orlandi do blog Vivendo Vinhos, como o pais inteiro já está no clima de copa do mundo, a nossa confraria não poderia deixar passar em branco. Desta maneira foi sugerida uma postagem especial sobre o tema vinhos produzidos na África do Sul.
Sugerido o tema, então fui em busca de um vinho produzido naquele país. Confesso que senti um pouco de dificuldades de encontrar um exemplar que coubesse no meu orçamento, bem como neste último mês eu estava com pouco tempo para procurar um exemplar para a degustação.
Desta forma numa das minhas idas ao supermercado Extra aqui da ilha deparei-me com este exemplar da uva Pinotage na prateleira do supermercado custando cerca de R$ 20. Sempre deparei-me com vários vinhos do club des sommeliers, mas nunca tive coragem de comprá-los, por puro preconceito talvez. Estes vinhos são produzidos através de uma parceria do Grupo pão de açúcar com alguns enólogos com o objetivo de produzir vinhos de outros países bem como alguns nacionais por um preço mais acessível.
Vamos ao vinho! Primeiramente falarei um pouco sobre a uva Pinotage que é derivada do cruzamento da uva pinot noir com a cinsaut que no país africano era conhecida como hermitage. Desta maneira surgiu a casta emblemática da África do Sul.
Na taça o vinho apresentou uma coloração vermelho rubi bem viva com uma boa formação de lágrimas ao redor da mesma. De imediato destacou-se o aroma de baunilha bem característico pelo estágio em barricas de carvalho. Na boca apresentou aroma de frutas vermelhas como morango e amoras e principalmente um forte aroma de café tostado. Taninos muito vivos que se destacaram principalmente a partir da segunda taça, talvez pelo fato de o vinho ter "respirado" um pouco. Certamente um pouco mais de guarda no vinho ajude a domar um pouco seus taninos, que pra mim nada prejudicaram a bebida. Definitivamente os vinhos produzidos a partir da pinotage têm muita personalidade o que me agrada muito. Sobretudo essa "agressividade" da bebida como aquele gosto de pimentões verdes, muito comum naqueles vinhos produzidos pela casta Tannat. A graduação alcoólica de 13,5 só incomodou no final talvez pelo fato de o vinho ter esquentado um pouco na taça.
No final o vinho foi muito boa compra de excelente custo-benefício, que me surpreendeu muito, uma vez que nunca havia degustado a uva pinotage!Certamente pelo valor pago comprarei outras garrafas que descansarão um pouco em minha adega, e a propósito amigo Gil Mesquita, também passarei a degustar outros exemplares do club des sommeliers deixando o preconceito de lado.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Espumante Terranova Brut

Este é o meu segundo comentário que faço para a Confraria Brasileira de Enoblogs da qual comecei a participar no mês de maio a convite do Gil do Blog vinho para todos.
Para a postagem do mês de maio o tema escolhido foi "Espumante produzindo no nordeste", tema escolhido pela confrade Fabiana Andrade do blog vim,vinho,venci.
Confesso que senti um pouco de dificuldade em encontrar algum espumante do tema proposto que não seja doce, uma vez aprecio principalmente os bruts e extrabruts, além daqueles produzidos pela casta prosecco.
Desta forma não tive como fugir e resolvi degustar o Terranova Brut produzido pela vinícola Ouro Verde que pertence ao grupo da gigante Miolo.
Antes do espumante falarei um pouco da região do Vale do Rio São Francisco que acabou por ser uma nova região brasileira produtora de uva, principalmente das uvas que produzem os vinhos de mesa e o grande emprego de tecnologia para os vinhedos. Vale destacar que se trata da única região do mundo que produz 2 safras e 1/2 de vinho do mundo.
Talvez este seja um problema para o produto final, visto que as parreiras não ficam com um período de "descanso", o que ocorre nas regiões produtoras tradicionais.
Vamos ao vinho. Trata-se de um espumante produzido somente com uvas brancas como a chenin blanc, sauvignon blanc e verdejo, sendo que o site da vinícola não informou o percentual de cada casta.
Na taça o espumante apresentou uma cor amarela bem clara quase transparente com alguns tons esverdeados. Apresentou ainda pouca espuma, perlage bem fina e com muito pouca persistência.
Apresentou um aroma bastante floral destacando-se principalmente os de flores do campo.
Na boca apresentou pouca fruta, principalmente se destacando as cítricas como limão e laranja.
No retrogosto um amargor que incomodou bastante, fazendo com que na segunda taça o espumante já ficava bastante enjoativo até difícil de beber. Parece até um pouco contraditório o que vou dizer, mas nem parecia um brut, o retrogosto meio doce indo ao amargo, até meio complicado de se descrever, dificultou muito a degustação ficando muito enjoativo mesmo, tanto que eu e minha esposa tivemos dificuldades de beber a garrafa inteira, e olha que somos fãs dos espumantes.
Pagamos cerca de 18 reais pela garrafa que certamente não compraremos mais. Infelizmente um espumante do nordeste que não me agradou nem um pouco, principalmente pela sensação de amargor que me incomodou bastante. Definitivamente não recomendo a compra!!